O lugar da luz,o lugar da verdade,o lugar do amor é o lugar onde eu quero estar,embora tenha muito medo de chegar a atingi-lo.É o lugar onde receberei tudo o que desejo,tudo o que sempre esperei,tudo aquilo de que vou ter nescessidade.Mas também o lugar onde tenho de largar tudo o que quero reter.É o lugar que me confronta com o fato de que aceitar de verdade o amor,o perdão e a cura é frequentemente muito mais duro do que concedê-los.É o lugar para além daquilo que cada um,por si mesmo,pode obter ou mereçer,das recompensas que possa mereçer.É o lugar da rendição e da total confiança. (Henry Nowen)
24 fevereiro, 2011
História da Enfermagem
Enfermagem é uma ciência cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico (num todo indivisível), desenvolvendo autonomamente ou em equipa, actividades de promoção e protecção da saúde e prevenção e recuperação de doenças ou de estados de alteração da saúde. O conhecimento que fundamenta o cuidado de enfermagem deve ser construído na intersecção entre a filosofia, que responde à grande questão existencial do homem, a ciência e tecnologia, tendo a lógica formal como responsável pela correcção normativa (normas de actuação) e a ética, numa abordagem comprometida com a emancipação humana e evolução das sociedades. Para além da Enfermagem geral existem ainda as Especialidades em Enfermagem:· A Especialidade de Enfermagem Comunitária;· A Especialidade de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica;· A Especialidade de Enfermagem de Reabilitação;· A Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica;· A Especialidade de Enfermagem em Terapia Intensiva;· A Especialidade de Enfermagem em Administração.Os Mestrados e Doutoramentos na área de Enfermagem têm sido reveladores de promissoras evoluções desta ciência, no âmbito das constantes investigações feitas nas mais diversas vertentes da Enfermagem. Para a frequência do curso, que já é ensino superior, é necessário ter o 12ºAno e concorrer para poucas vagas e com elevadas médias de entrada. Origem da Profissão A profissão surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas (por instinto) foram as primeiras formas de prestação de assistência. Numa primeira fase da evolução da civilização, estas acções garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nómadas primitivos, levando em linha de conta a espiritualidade de cada um relacionada com a do grupo em que vivia. Mas, como o domínio dos meios de cura passaram a significar poder, o género masculino (o homem), aliando este conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e se apoderou dele. As práticas de saúde mágico-sacerdotais abordavam a relação mística entre as práticas religiosas e de saúde primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período corresponde à fase de empirismo (em que as coisas se faziam por tentativa e erro sem nenhum fundamento cientifico mas sim com base na experiência de quem ministrava os cuidados). Essas acções permanecem por muitos séculos desenvolvidas nos templos que, a princípio, foram simultaneamente santuários e escolas, onde os conceitos primitivos de saúde eram ensinados.Posteriormente, desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte de curar no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades da costa. A prática de saúde, antes mística e sacerdotal (inicia-se no século V a.C., estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã), passa agora a ser um produto desta nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no conhecimento da natureza, no raciocínio lógico que desencadeia uma relação de causa e efeito para as doenças e na especulação filosófica, baseada na investigação livre e na observação dos fenómenos, limitada, entretanto, pela ausência quase total de conhecimentos sobre a anatomia e fisiologia do corpo humano. Essa prática individualista volta-se para o homem e suas relações com a natureza e suas leis imutáveis. Este período é considerado pela medicina grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates (Hipócrates de Cós - nasceu na Antiga Grécia, considerado por muitos como uma das figuras mais importantes da história da saúde – é frequentemente considerado o "Pai da Medicina" ou o "Pai das Profissões da Saúde"), que propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da inspecção e da observação. Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem nesta época.As práticas de saúde medievais focalizavam a influência dos factores socio-económicos e políticos do medieval e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e XIII. Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados a aceitos pela sociedade como características inerentes à Enfermagem. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que dão à Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio.As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das acções de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante. Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada da ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das universidades não constituíram factor de crescimento para a Enfermagem. Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição. O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos colectivos.Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atractivos para as mulheres de casta social elevada. Esta fase, que significou uma grave crise para a Enfermagem, permaneceu por muito tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é que alguns movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de iniciativas religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos hospitais.As práticas de saúde no mundo moderno analisam as acções de saúde e, em especial, as de Enfermagem, sob a óptica do sistema político-económico da sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da Enfermagem como actividade profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI que termina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX. Enfermagem ModernaO avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então.Naquela época, estiveram sob piores condições, devido a predominância de doenças infecto-contagiosas e à falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objecto de instrução e de experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.É neste cenário que a Enfermagem passa a actuar, quando Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra de Inglaterra para trabalhar junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia.Período Florence Nightingale
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